jueves, 29 de noviembre de 2007

(...)

Me sinto à vontade
de estar ao sol
de estar a sós
(há sóis de você)
mas, isso pode ser
uma meia verdade
um anseio da mente
sinto-me com vontade
um desejo ardente
acho que minto...
o mito de crer
sem “medar”
sem medir
fluir essa inconstância
me sinto tendo
de ter e não ser
se é claro o sol
eu sou meia
como a lua
(?)
mas, sou sempre
luz própria
(mesmo que seja a tua)
Imagina o fim
antes do começo
o resto é eternidade...
entre a grade
sem alarde
vejo um céu imenso
azul e branco
como o lenço
que outrora
envolvia meus cabelos
o tempo antes
era menos tenso
eu não fazia planos
tinha apenas sonhos
dum calmo
amor sereno
e agora canso
vagando lento
nesse lago denso....

des-sintonia III

(Os próximos três des-sintonisados que seguem, não são atuais, mas, os encontrei aqui no meio de papeis antigos e aí estão, vivos.)

No fim não quis acreditar
afinal acabou
e não foi nada demais
sem palavras finais
sem adeus, sem ais...
No fim ficamos
apenas distantes
e acabou....
Eu sonhei, mas, acabou
eu pedi teu amor a lua
eu estive nua em tua mão
mas, tu calaste em tudo
o mudo em troca do mundo
e esse desejo se bate
aqui dentro de mim
e arde e mói-me assim...
Pensamento cortante
E eu vou sangrando
o prumo sem rumo
desta prosa sem fim.
Este amor não me vale o poema
é ruim, sem vela, sem pena,
novela sem cena
encena-se o fim
afinal feliz.

des-sintonia II

II.

É o que eu não quis pra mim
esperei ate hoje
porque até ontem
sonhei teu riso
mas, hoje acordada...
calei tudo isso
com o silencio teu
total desvelo
sem zelo
segue teu ermo caminho
ilusão de liberdade
sem meu carinho
sem minha amizade
total ausência de saudade
ou qualquer outro sentimento.
Andei errando
em teu vulto frigido
Crendo ver luz
na tua escuridão
mas, vi que tua luz era minha!
e que fui eu que te acendi
agora desamor
deixo-te o nada
e levo meu amor aflito
gemendo calado no grito
no calor sentindo frio
sigo em busca
de outro sonho bonito
caminhando e cantando
o infinito

des-sintonia I

Não te espero
porque já não te acredito
Eu te perdi sem jamais
ter-te tido
bandido, louco varrido...
Vais banido,
despejado do meu mundo
vais sentido,
vais sem choro e sem gemido....
Vais mudo se achando
e estando perdido
desesperando
a espera
dum amor fingido

desmemoriar

Eu quero esquecer o teu nome
Amor sem futuro
Pagão
Imaturo
Desamante
em cima do muro
Eu quero esquecer-te totalmente
em tudo
Ligeiro e permanente
Amor duro
Sem paixão
Inseguro
Grande mistério (...reticente...)
Apesar de ti
nunca te deixo
definitivamente