martes, 22 de abril de 2008

Canção magoada

Eu tenho um presente pra te dar
Mas, tu és demasiado ausente
E não mereces nem a chuva
Que essa tarde pressente
E o meu ventre fecunda

Passarás desgosto
E não verás o gosto
De flor que nasceu
Em meus lábios

Passarás desgosto
E não verás o sol
Que nasceu no meu ventre
Após a chuva
Que fecundavas ausente

Na tua vida terás
Carnes duras e dentes

Mas, não verás o sol
Que se pôs em meu ventre

É muito cedo e tu já vais
Tua partida é mais despejo
Que vontade
Porque não te quis metade
Não te desejo mais
Nada serás
Alem do que és

Pedra de gelo
Dentro da minha blusa
Me abusa
Pra se derreter

Eu tenho um presente pra te dar
Assim que amanhecer
Sementes de sóis
Em meu ventre
Mas, tua alma pobrezinha
Não sente
O que não pode ver
.