miércoles, 26 de diciembre de 2007

sentido sentido III

Eu não quis que me visse
não disse o que queria
e fui triste
ao cair a noite vestida
de céu e corrompida
pelo meu desejo
esperei mas tive medo
não dei o que tinha nas mãos
o que ardia dentro
e fora não se via
eu não quis que ele me visse
eu fui triste
do cair da noite ao erguer do dia
e fingi contra a vontade
o que ardia e ainda arde
fingi com alegria
mas não perdi o sentimento
dei-te
deitei-o contigo
e vi que não vias
(o sentimento)
e valor não tive
senão naquele momento
(prazeroso)
que dizem os homens
fazem amor
mas eu senhor, enquanto ardia
falava em sentimento
e vi que tu não vias

jueves, 20 de diciembre de 2007

sentido sentido II

Ai que dor
no meu sentido
digo que sinto muito
mas é um labirinto
que se acha perdido
dentro de mim
de ti
ai de nós

miércoles, 19 de diciembre de 2007

I

Só porque não vens te espero
e espero te dar o amor
que em mim só começou
Só porque não és te quero
e quero saber se o meu querer
em ti já se entranhou
E só porque não estás me desespero
sei quanto fogo és
sei quanta água sou

II

(...)
consulto os astros à parte
fora estás tão distante
e em mim em toda parte
tenho ciúme desse Vênus
em teu Marte

III

(...)
consulto os arcanos maiores
vejo em meu caminho
tua vastidão meu desatino

IV

(...)

eu te quero com a intensidade do que ferve
eu te quero água ardente
e espero que não seja breve

V

(...)

desejo-te como amante
desejo-te na pele
mas se não me amas não me serves
morro de pena de não te dar
esse amor poema
e enquanto não vens eu te invento
na minha voz na voz do tempo
dia e noite tento
sustentar esse amor em mim
madrugada adentro a minha alma
a tua alma goza
escorrem rios de águas mornas
teu corpo em meu corpo navega
e por dentro naufragam...

VI

(....)
mas tu não viste
não vieste
E só porque não vens ainda te espero
foi o teu partir que em mim ficou
sempre partindo
preciso te dar o que em mim já transbordou
e todos querem ter amor o que é teu
e eu não dou
há muito sou tua e sei que não sabes
mas eu preciso te dar o que em mim já não cabe

martes, 18 de diciembre de 2007

hiato

O nosso caso em questão
continua sem resposta
quem cala assim não consente
foge fala desmente
mente que não gosta
do meu corpo em ebulição
cobiça mesmo tem
esses teus olhos
de chá verde mate
onde navego seminua
“semi tua desnavego”
Empate!
nosso caso sem resposta
continua em questão
que tédio!
lento assim se arrasta
em minha mente
mente que não sente
que de mim não gosta
se engana
me esgana os sonhos
se plante!
e renasça!
não vejo graça
no seu descabimento
dancei lento
meu desalento
fui pedra em tua vidraça

Conclusão

nada sei enfim
mas tua mão
de certo
fica melhor em mim

lunes, 17 de diciembre de 2007

...

Um riachinho de água pura
que perdura
semente do fogo
água ardente
Correndo em mim
constantemente
Pedra cortante
lua nascente
dança in natura
veneno das serpentes
paixão que dura
dura corrente
laçada no antigamente
ar puro essência de flor
amor maduro
fruto doce dissabor
o tempo girando
amor em moinhos de vento

Explicação

A ausência
é só falta
de coincidência.

sentido sentido

Estou sentindo
e sinto muito
Estou mentindo
e minto muito
a falta do que sinto
fingindo
forjando
fugindo
indo
pra longe de mim
pedindo
perdendo
o sentido
do sentimento ruim
cão raivoso
mordendo
no osso
carne de pescoço
gosto de sangue
nervo nervoso
estou vivendo
o alvoroço
de uma paixão
sem paz
sem chão
sem mais
sem barco
sem cais
sem voltas
sem vais

viernes, 7 de diciembre de 2007

A tua lembrança

A tua lembrança
me acorrenta
e tenta me manter
na tua prisão
digo
-não! Sou liberdade plena!
que pena, sou poema
e como poema
sofro de paixão
e a paixão (hás de convir)
não tem razão
e quando quero
te trazer de volta
pra minha sedução
balanço um samba
de uma só nota
cheia de emoção
quem me vê
assim tão solta
nem imagina
que por dentro
da pouca roupa
guardo uma paixão
raivosa, louca
sem noção.
E contraditória
faço planos
de no teu céu
noturno e “mundano”
deitar meu corpo
desejoso
junto de teu corpo
luminoso
e penetrando
o universo
inverso da eternidade
não ter desengano
não sentir saudade
não morrer lembrando

jueves, 29 de noviembre de 2007

(...)

Me sinto à vontade
de estar ao sol
de estar a sós
(há sóis de você)
mas, isso pode ser
uma meia verdade
um anseio da mente
sinto-me com vontade
um desejo ardente
acho que minto...
o mito de crer
sem “medar”
sem medir
fluir essa inconstância
me sinto tendo
de ter e não ser
se é claro o sol
eu sou meia
como a lua
(?)
mas, sou sempre
luz própria
(mesmo que seja a tua)
Imagina o fim
antes do começo
o resto é eternidade...
entre a grade
sem alarde
vejo um céu imenso
azul e branco
como o lenço
que outrora
envolvia meus cabelos
o tempo antes
era menos tenso
eu não fazia planos
tinha apenas sonhos
dum calmo
amor sereno
e agora canso
vagando lento
nesse lago denso....

des-sintonia III

(Os próximos três des-sintonisados que seguem, não são atuais, mas, os encontrei aqui no meio de papeis antigos e aí estão, vivos.)

No fim não quis acreditar
afinal acabou
e não foi nada demais
sem palavras finais
sem adeus, sem ais...
No fim ficamos
apenas distantes
e acabou....
Eu sonhei, mas, acabou
eu pedi teu amor a lua
eu estive nua em tua mão
mas, tu calaste em tudo
o mudo em troca do mundo
e esse desejo se bate
aqui dentro de mim
e arde e mói-me assim...
Pensamento cortante
E eu vou sangrando
o prumo sem rumo
desta prosa sem fim.
Este amor não me vale o poema
é ruim, sem vela, sem pena,
novela sem cena
encena-se o fim
afinal feliz.

des-sintonia II

II.

É o que eu não quis pra mim
esperei ate hoje
porque até ontem
sonhei teu riso
mas, hoje acordada...
calei tudo isso
com o silencio teu
total desvelo
sem zelo
segue teu ermo caminho
ilusão de liberdade
sem meu carinho
sem minha amizade
total ausência de saudade
ou qualquer outro sentimento.
Andei errando
em teu vulto frigido
Crendo ver luz
na tua escuridão
mas, vi que tua luz era minha!
e que fui eu que te acendi
agora desamor
deixo-te o nada
e levo meu amor aflito
gemendo calado no grito
no calor sentindo frio
sigo em busca
de outro sonho bonito
caminhando e cantando
o infinito

des-sintonia I

Não te espero
porque já não te acredito
Eu te perdi sem jamais
ter-te tido
bandido, louco varrido...
Vais banido,
despejado do meu mundo
vais sentido,
vais sem choro e sem gemido....
Vais mudo se achando
e estando perdido
desesperando
a espera
dum amor fingido

desmemoriar

Eu quero esquecer o teu nome
Amor sem futuro
Pagão
Imaturo
Desamante
em cima do muro
Eu quero esquecer-te totalmente
em tudo
Ligeiro e permanente
Amor duro
Sem paixão
Inseguro
Grande mistério (...reticente...)
Apesar de ti
nunca te deixo
definitivamente

lunes, 19 de noviembre de 2007

Del rei (te quiero)

Quero-te
e inspiro tua lembrança
no meu cheiro
deixaste em mim
qualquer desmantelo
que mudou meus ventos
que me tirou do ponto
e parou meu tempo
Estimo tanto
o teu bom senso
mas te queria
menos denso...

Deixa-me adentrar-te
com meus rios
de conchinhas musicais
deixa-me adivinhar-te
os sentidos
verás que além de seis
são mais...
Eu sei de movimentos
que fazem cantar
os ventos
vem com tuas mãos
de algodão
me desvendar por dentro
das pétalas do meu corpo
das peles da minha flor
de sentimento
são tantas as sensações
aqui dentro
e meu pensamento
é só te dar
minha calma
meu fogo
meu veneno...

Meu mundo
em movimento...
fazer amor mordendo
o teu beijo intenso
vou entrar-te
estou batendo
abre-te!
pra que eu te desvende
tenho resguardadas
eras de perdição, salvação
e sofrimento
adorando-te à sombra
a sobra da tua luz
é a imensidão
desse sentimento
sou tua cruz e espada
tua estrada, tua via
vadia, virada
noite e dia
é madrugada
deita-te e me arde
adota-me e me adora
à tua vontade.

Meu rei
tua majestade

miércoles, 14 de noviembre de 2007

amor com paixão

Quando deitas
teu corpo
sob o meu
teu coração
bate bem
no meu peito

(e esse talvez seja
o ultimo poema
que te escrevo)

quando à noite
toca-me
(e tocas)
treme a terra
à flauta doce
do teu beijo
e conheces
com maestria
as cadencias
dos meus
“desritmados”
desejos

(e essa talvez seja
a ultima canção
que te escrevo)

tua mão
de seda cetim
conhece meu corpo
alem de mim
e essa tua boca
quando toca
a minha nuca
traz-me um rio
dentre as cochas
de correnteza
intensa
absoluta

e é nesses teus
dois olhos
cor de verde
erva mate
que deliro
e acho-me
perdida

sinto-me
tua parte
face escondida
de tua lua
ou de teu marte
nua
entrelaço-te
e me visto
de deusa
amo-te
com arte
e com beleza

e talvez o universo
queira que tudo isso
continue assim
esse intenso
movimento
de entrar sair
e tirar
de tempo

(e esse talvez
já não seja
o ultimo poema
que te escrevo)

jueves, 1 de noviembre de 2007

Quero entre arte
amar-te
e sorrir teu riso
do meu jeito
absolutamente quero
dar teu mar
a meu amor moreno
quero-te delírio
aqui dentro
e por sorte ser tua
sempre pelo menos
e de vez em quando
quero entrar-te
invadir teu peito
por completo
dar espaço a meu
desejo de entre arte
amar-te com zelo
quero entrar-te
estou batendo
ter-te à parte
desse mundo pequeno
estou tendo vontade
de fazer-te meu
amante segredado
molhado sereno...
de Deus
...
...
...


Mas, sinto que não devo
revelar-te tais segredos
temo que saibas apenas
como perdê-los
(...)
e eu pretendo dar teu mar
a meu amor “descobrideiro”

martes, 23 de octubre de 2007

(?)

Hoje não sei
não me sinto bem
nem mal também
mas aspiro um sonho
de tal exata incerteza
que por ele virei
essa interrogação (?)
não te tenho amor (?)
se não ciúme (?)
e alguma dor (?)
por isso mesmo talvez (não sei)
nada tão exatamente
é cedo e não dá mais tempo
é pouco mas é tudo que tenho
nada real nada demais
poucas palavras (falar não sou capaz)
são desejos nada mais

Estou vivendo
uma paixão sem paz
que me tirou do chão
agora é o que me resta
rezo acendo velas
“me pego” com Deus
que é santo verdadeiro
quem sabe eu possa
vencer esse meu medo
de ficar só
e com o mundo inteiro
não faz diferença (?)

Hoje não sei
se sinto todo este
ou se minto e nem
to nem aí pro que foi feito
este é o meu caminho
do bem desfeito

desgostosa eu sei

Desoculto

Se eu disser que dentro de mim
não existe lei nem gravidade
e que tudo que pesa
mais que a saudade
em mim não flutua
e nem se mantém no lugar
é a mais pura verdade
mas não esta madura
a ponto de se contar
portanto guardo
aqui fora da carne
o que de ti sei guardar
e o que fora isso
aqui dentro está
não vês nem verás
se “desocultar”
e quando lá longe
quiseres recordar
estarei distante...
e assim distante
não ti sei resguardar

Só amor e vagas

É nessas horas vagas
que vago contigo
em meu quarto
de lua nascente
que te amo mais
e demasiadamente
entrego-me
capaz de tudo
passo cego
compasso mudo
por si só
é todo o cio do mundo
num só ser
Um nó no corpo
uma causa
de efeito múltiplo
tanta coisa assim
só em mim
não vai caber
Preciso te dar amor
preciso te ter
se um dia é de caçador
O outro é de
quem quer ser
amor

jueves, 18 de octubre de 2007

Encantamentos

Eu tenho saudades
sem tempo
fundamentadas
em sentimentos vãos
vens não
to nem
to sem contentamentos
eu tenho vontades
canto de apartamento
tirar tremendo
a roupa dos sentidos
e dos sentimentos
(...)
Encantamentos

(...)
eu tenho matado tudo isso
e sorrido
e seguido
em chamas sentindo
tanto quanto chamando
tão parada
quanto indo.

martes, 16 de octubre de 2007

Sem direção
inspiração guardada
toda a falta do teu gosto
que me agrada
que me salva do desgosto
que me guarda
dentro aqui
Inspirada
recordação
lembro de tua mão
sem direção
direciona minha canção
Dentro de casa
solidão
fora não sei
desilusão
dei no sim
tirei no não
Mas tua mão
fica melhor em mim
tirei de letra
meu embaraço
deita e me ajeita
Aceita que me encaixo
perfeita em teu abraço
Deixa-me
pra sempre contigo
e desfaço
o negocio do despacho
que fechei com o santo
e todo o pranto
que acordei
cairá no fim
bem sei
.

Del deseo III

Ai de mim amigo meu
Que antes de te dar
Já era teu
Sofrerei, bem sei
Sentirei não suportar
Ver que em ti
Não aconteceu
Ai de ti amigo meu
Que antes de te ter
Já eras meu
Eu sei que daqui
Não há mais nada
Tua enamorada
Não sou eu
Ai de ti amigo meu
Ao me abandonar
Não perdes nada
Mas, também não ganhas
mais do que perdeu

miércoles, 3 de octubre de 2007

del deseo I

Eu
rio de correnteza
sempre viva
arco do olho íris
amanhecendo tarde
cedo anoitecendo
em nossa rede
nós dois ardendo sede
de beijos longos
rendados medos
desejo sem pecado
e sem segredo
em suma és suco
estrelado de luta
fruta pão açúcar
eu quero amar-te
com arte e este
é meu modelo de céu
coração templo aberto
o tempo todo sangrando mel

del deseo

Quero pra nós um jardim
bordado de estrelas
e molhado pela chuva
que fizemos cair
e tendo-nos
não temos frio
é fogo o nosso vento
é tempo de sentir
a flor do sentimento
em tempo de florir
amado, sê apenas meu!
meu sentido de sorrir
do vento do tempo
fecundar no estio sentir
o cio desse amor de lua
em ciclos de ir e vir

lunes, 1 de octubre de 2007

As estrelas caem
e eu só peço uma saudade
de ti pra mim
por todas as noites
que eu busquei teu riso
e acordei chorando

As estrelas caem
sob meus olhos
fazem arte no céu
peço meu ensejo
de ti pra mim
que seja verdadeiro
que o sofrer não perdure
já que amor é desejo

Tantas estrelas
e tantas eu vi cair
e só me recordo
que pedi (não peço mais!)
Que meu amor
durasse pra sempre
e mesmo aqui longe...
Aí está...
Eu e meus pedidos!

amorermo (uno)

Se ele me deixar
deixe estar...
Vou dar um jeito
de me afogar
no meu leito
no meio do mar

Se ele de fato me deixar
deixe estar...
Está desfeito
só talvez
ele me sinta
bem no peito
e eu vou estar
por perto
do seu leito
no meio do mar

Bem, se ele me deixar.
deixe estar...

Em meu peito
já refeito
tudo renascerá
e lá bem longe
no meio do mar
teu leito estático
teu jeito de amar
Deixo estar...

martes, 25 de septiembre de 2007

des-eu

Está (in) quieta
parece saber voar...
Mesmo estando fraca
não pode e não vai se entregar.
Na verdade ela não é ela mesma
Afinal o que se é?
Quando não se sabe que é?
Não consegue ouvir vozes
e tampouco ter sonhos estranhos
ela precisa falar sobre isso
mas, lhe falta ouvido,
pra quê ouvido?
melhor olvidar tudo isso...
Nem sabe se escrever é certo
Mas, sente que lhe faz um bem
incerto.
Pensa que pensar é coisa à toa
Mas, teme ao fazê-lo.
Não quer ou quer,
mas, não pode ser descoberta.

Sentir frio quando canta
é como sentir calor quando chora...
Pior é não sentir nada.
Ter filhos faz parte da vida
e não tê-los também faz...
Depende de como se faz pra viajar

Mas no fundo,
no fundo...
A verdade existe
só pra emergir
aqueles barcos que você
naufragava...

E por fim
existir pode ser fácil
se você fizer sem que ninguém saiba
e souber parar na hora certa.

desamor

Não distribuas por aí estes beijos
Eles são meus por direito
Não te livres não me libertes
Não nos deixe assim
(...)
Mas, se é o que queres
Eu aceito
Eu te espalho
me espalhando
em outros leitos
distribuo por aí
os espaços
dos braços
que são teus
(...)
Não vou fazer nada pra te ferir
Mas há de fluir naturalmente
(...)
Não te desiludas nesta poesia
Que é mais um desabafo
Assino a carta de alforria
e sigamos um pra cada lado
e nesse mundo tão pequeno
quem diria? amor desalmado
eu acho que nos perdemos
(...)
Mas em mim reza
sempre o desejo
desamor moreno
tu te espalhas em mim
e eu sou teu sol e sereno

despaixões

Estou sentindo
e sinto muito
Estou mentindo
e minto muito
a falta do que sinto
fingindo
forjando
fugindo
indo
pra longe de mim
pedindo
perdendo
o sentido
do sentimento ruim
cão raivoso
mordendo
no osso
carne de pescoço
gosto de sangue
nervo nervoso
estou vivendo
o alvoroço
de uma paixão
sem paz
sem pão
sem mais
nem chão
sem barco
sem cais
nem sim
nem não
despaixão

viernes, 21 de septiembre de 2007

desesperanças

Eis que a vida acorda sem sonho
E eu que sempre quero mais do que realizo
em fuga absoluta do que preciso
Imprecisa luta de meus “desabismos”
Sobressai-me a falta de conduta
Vago de um lado
pra outro lado que inexiste
dado que Deus de fato existe
pergunto onde foi que deixei
pendurada essa devida
divida triste
Se me fosse dado saber
eu pagaria num só golpe pra ver
Viver a vida
mais na pele que na roupa
Mas não há um lugar
que eu possa ser
ignorante de meu dever
de ser dona do que não é meu

Eis que a vida não se sonha
E eu que sempre fui de sonhar
agora a dureza dessa cama
Põe-me de pé de manhã
Sem manha a força,
sem força pra trabalhar
nem pro descanso eu levo jeito
o jeito é me levar
entender sem questionar
Eis que a vida eu concluo
é não sonhar

martes, 18 de septiembre de 2007

...de hoje

Acordei na hora da estrela
e me vi trancada em chave segredo
entrecortada pelas leis do medo
furos e mais furos na raiz do ermo
escapei sem chão pela janela do teto
lenta escuridão vento rezando objeto
sem vela sem pão faca cega na pele
acordei na hora mas a hora já não era
e fiquei cega de sorriso surdo
não cantei nada lamento mudo
minha voz desafinada disse tudo
já não quero o raso d’água
quero do mar o mistério mais fundo
rogo paz aos teus deuses
que de pranto sou quase santa
só dormindo eu fico em paz
como quem jaz já sem sonho
acordei sangrando irrespirável ar
faca na pele como estrela
morri te iluminando...

lunes, 17 de septiembre de 2007

Ermo dúbio

Brinco com pedra de areia
meu olhar desafina se te vejo
seco as ervas daninhas
o meu desejo está em tudo
e desatino se te vejo

Brinco com gelo no sol
ele está em tudo que desejo
não rima nem sai de cima
desafia o meu desejo
chuto a bola de sabão
quero que ele me ame
assim sem pretensão
de ser nada
aguardo a surpresa dos anos
sem engano espero
já que o fim
está nos planos...

Ermo da saudade

Se me perguntarem se eu sinto saudades. (Mas, quem perguntaria?)
Eu diria:
- Sinto o tempo inteiro (de janeiro a janeiro), sou a nostalgia (in)constante, não vivo o durante, vivo do que foi antes e que nunca tornará a ser...
(...)

jueves, 13 de septiembre de 2007

Amo-te ermo

Amo-te
e inspiro tua lembrança no meu cheiro
deixaste em mim qualquer desmantelo
que mudou meus ventos
que me tirou do ponto
que parou meu tempo
Estimo tanto o teu bom senso
mas te queria menos denso

Deixa-me adentrar-te
com meus rios
de conchinhas musicais
Deixa-me adivinhar-te
os sentidos
veras que de seis são mais

Sei de movimentos
que fazem cantar os ventos
vem com tuas mãos
de algodão cru
desvendar-me por dentro
das pétalas do corpo nu
das peles da minha flor de sentimento
são tantas as sensações aqui dentro
e meu pensamento é só te dar
minha calma, meu fogo e veneno.

Meu mundo em movimento...
fazer amor mordendo teu beijo intenso
vou entrar-te estou batendo
abre-te pra que eu te desvende
tenho eras de perdição e salvação
Reconhecendo-te a sombra pura
sendo tua ama e majestade
deita-te e me arde
enrosca e me adora
à tua vontade.

miércoles, 12 de septiembre de 2007

Amor ao ermo II

Amor secreto lírio
cheiro forte de incenso
Amor sagrado imenso
rio cortante e corredio
Sonho guardado intenso
noite insone e cio
deseto-te ardente
és meu desvario
Amor tantrico,
sol nascente
flor cheirando a arrepio
nós de ventre em movimento
encaixes de colo macio
fogo das letais serpentes
estrelas brilhando a fio
despidos pedaços de gente
Amor perene desafio
do sentido do que se sente
e passado o presente
distancio...

Amor ao ermo

Amor solo


Amor solo
flor regada à esperança
Lembrança tua que foi embora
chama de amar que nunca cansa
É amor esse sentido
que sinto em tudo
que deixaste comigo
Amor gozozo
mistério divino
teu beijo ainda me beija
e eu me dano a sonhar contigo
Vejo tua volta se acender na vela
vejo teu mar chegando na janela
vejo-te e não vejo a ela
És meu não, não és dela.

Amor solo
sagrado conteúdo
álcool serra acima
nuvem de fumaça.
Embaça,
encaixa,
desencaixa,
ensina...

Dois arco-íris no céu de graça,
e a lua quase tua, rainha.
Vem buscar teu amor
Que do solo já brotou
da esperança a flor

jueves, 6 de septiembre de 2007

PÁ LAVRA DOR

devoção
arte
vocação
amor
provação
parte
descoberta
dom
privação
corte
alienação
som
anunciação
tarde
provoca-
-ação
dor.

Deviés

Vivo do que acredito
vivo as coisas,
que também me vivem
uma troca plena, recíproca, compatível...
acredito no que sinto
acredito mesmo no que minto
é minha verdade,
que é muito verdadeira comigo
não me interessa a pressa
já saí dessa
quero ficar bem quieta
e em pleno movimento
secando, enchendo, secando, enchendo....
deixando livres as coisas
(a verdade que acredito)
e me guardando o melhor
aqui dentro estou segura
Vai...
Mas, sei que volta...
Porque já sei
das voltas que o mundo dá
e as coisas,
(na verdade que acredito)
não te esperam voltar...

Des-ermos

Des-ermos

meio dia de lua
meia noite na rua
reflito na porta
de vidro do prédio
soluço trancado, tédio
meu quase mundo
quase mudado
quase mudo
quase acabado
mas, tenho esperança
vocação! eu peço
me dê o dom,
meu tom,
meu presto
nesse quase mundo
imodesto...
des-ermos dão
e tudo mais
é dado por acréscimo
serei agradável
serei inteira
nesse mundo quebrado
serei quase segredo
tão bem “desguardado”
que serei de todo mundo
tipo samba enredo
quase rindo
quase chorando
devagar indo
divagando,
devagarzinho...
indo.

Continuando...