viernes, 21 de septiembre de 2007

desesperanças

Eis que a vida acorda sem sonho
E eu que sempre quero mais do que realizo
em fuga absoluta do que preciso
Imprecisa luta de meus “desabismos”
Sobressai-me a falta de conduta
Vago de um lado
pra outro lado que inexiste
dado que Deus de fato existe
pergunto onde foi que deixei
pendurada essa devida
divida triste
Se me fosse dado saber
eu pagaria num só golpe pra ver
Viver a vida
mais na pele que na roupa
Mas não há um lugar
que eu possa ser
ignorante de meu dever
de ser dona do que não é meu

Eis que a vida não se sonha
E eu que sempre fui de sonhar
agora a dureza dessa cama
Põe-me de pé de manhã
Sem manha a força,
sem força pra trabalhar
nem pro descanso eu levo jeito
o jeito é me levar
entender sem questionar
Eis que a vida eu concluo
é não sonhar

martes, 18 de septiembre de 2007

...de hoje

Acordei na hora da estrela
e me vi trancada em chave segredo
entrecortada pelas leis do medo
furos e mais furos na raiz do ermo
escapei sem chão pela janela do teto
lenta escuridão vento rezando objeto
sem vela sem pão faca cega na pele
acordei na hora mas a hora já não era
e fiquei cega de sorriso surdo
não cantei nada lamento mudo
minha voz desafinada disse tudo
já não quero o raso d’água
quero do mar o mistério mais fundo
rogo paz aos teus deuses
que de pranto sou quase santa
só dormindo eu fico em paz
como quem jaz já sem sonho
acordei sangrando irrespirável ar
faca na pele como estrela
morri te iluminando...

lunes, 17 de septiembre de 2007

Ermo dúbio

Brinco com pedra de areia
meu olhar desafina se te vejo
seco as ervas daninhas
o meu desejo está em tudo
e desatino se te vejo

Brinco com gelo no sol
ele está em tudo que desejo
não rima nem sai de cima
desafia o meu desejo
chuto a bola de sabão
quero que ele me ame
assim sem pretensão
de ser nada
aguardo a surpresa dos anos
sem engano espero
já que o fim
está nos planos...

Ermo da saudade

Se me perguntarem se eu sinto saudades. (Mas, quem perguntaria?)
Eu diria:
- Sinto o tempo inteiro (de janeiro a janeiro), sou a nostalgia (in)constante, não vivo o durante, vivo do que foi antes e que nunca tornará a ser...
(...)