lunes, 24 de noviembre de 2008

Oração para amar


Meu deus

Minha deusa

Dá-me um amor

Que seja amante

Como eu sei que sou

Que me ame e amadureça

E que no pós chama

O sol nos amanheça

Ainda nus

Meu deus dá-me um homem

Que tenha dons de amar

E de perdão PRINCIPALMENTE

Porque a mente há de trocar os nomes

Meu Deus

Minha Deusa

Que ele tenha mãos

(Sim porque mãos são amantes)

Quentes e domesticáveis

Dá-lhe desejos intermináveis

E que ele seja daqueles que sabem

Pedir quando querem dar

Que me conheça o cheiro, o gosto, o gozar

Que seja inteiro compositor de muitas posições

Que ele saiba fazer amor e canções

E que seja amor, amor que chega e fica até morrer.

lunes, 13 de octubre de 2008

Canção sem nome I

Ele tem a alma enfeitada
De uns céus
De uns diamantes
E tantas tortas estradas
E tantas desfeitas pontes
Ligando a terra e o nada
(que o faz amante)
Á noite penetra sua luz molhada
Em minha interna fonte
E temos a vida entrelaçada
E tantas tortas estradas
E tantas desfeitas pontes
Mas, é isso que faz a vida ser além
Dessas pegadas, desses montes
E eu fico por nada agradecida
Invento para ele um castelo
E me finjo adormecida
Além dessas (in)cantáveis canções
Sofro de corações antigos
E intermináveis orações

martes, 23 de septiembre de 2008

Canção prece

Senhor, até parece prece o canto que te fiz agora,
Uma espécie de oração, mas, que não se decora,
Brota feito fruto do coração.
Essa minha prece gloriosa louva tua mansidão,
Tua existência calma tua alma coração,
Um bem que até então eu não sonhava.
E andei sozinha perdida
E apenas em mim eu me encontrava
Agora é tua a minha casa
Agora é minha a tua asa
E por isso canto-te senhor a minha prece
E se pudesse te faria sempre meu
Mas, já sabemos, tudo é breve
E antes que esse canto seja triste
Te cantarei luzida de amor
Esta canção que mais parece prece.

Amém

Canção tateias

Há teias tantas no que tateias de mim
Que não sei se sabes ver além dessas pinturas
Cabelos, boca, unhas, tudo reinventei.
E passei a ser essa mulher recriada
Recriando talvez melhor me disfarço
E só eu sei o que há por baixo
Dessas cores que pintei

E por vezes acho que o que tateias de mim
Não te mostra que sou feita de umas cores além,
De umas águas mais, de umas letras sempre.
Sou muito além dos olhos de alguém
Que nem se vê.

Canção do descobrimento

Vermelha e formosa flor
A mim ele me diz contente
Um mimo generoso de dengo
Um sentimento de amor
Próprio da gente
Que traz consigo aroma e sabor
De colo que experimento
Solo e gozo
De sol amanhecendo
Acordo cedo no seu peito
E voto aos Deuses tal acontecimento
É muito amor que vem de dentro
Essa maravilha de viagem
Teu corpo e o meu se conhecendo
Tudo está como deve e nós não nos devemos
Andei pedindo liberdade
E ganhei um descobrimento

jueves, 31 de julio de 2008

Canção de luta e de luto

Meu querido luto
Prepara-te
Vou cantar-te assim
Num tom mais bruto
De coisa clara
Na cara no nu
Um brilho escuro de rosa jaz
Aliás, vou te dar uma saudade
De mim silenciosa
Voraz
Ansiosa
Não te deixará em paz

Quero ver-te sangrar
Jogado em mar “afundo”
Quero ver-te Naufragar

Feriste em mim a minha Deusa
Vais ter que pagar
Na cara no nu
Um grito só um corte a mais
Feriste a carne de minha alma
Sangue de memórias ancestrais
Eu te perdôo
Mas, a natureza...Jamais
Minha querida luta
Já não tem “voltar atrás”
Minha pena de ti
Do teu penar
Vai virar poema
Assim num piscar
Dos meus olhos
Nos olhos de quem virá

Ficarás pra sempre
Repartido
Sentido ressentido
Te arrependerás
Lamento tanto
Mas, no meu canto
Teu pranto
É tarde demais

Canção seja canção

Não tente ser aquela
Nem tente ser outra
Não tire a roupa pra qualquer um
É melhor ser pouca
Do que ser mais uma
Liberte-se de tudo
Até de você
Creia tá difícil ser
Essa é a minha luta
Liberte-se da força bruta
Coma a fruta se lambendo
Seja estrela
Mas brilhe até amanhecendo

lunes, 9 de junio de 2008

Canção do amor de séculos e séculos

És mel e ninguém te poderá pronunciar o nome com minha voz
És mel e sabes que abelha trabalhai-te a pureza pela dor
E morri depois por saber

És meu e nenhuma te pagará o que te devo
Pólen
Colo
Cheiro
Flor

O sol virá ter com os teus os meus segredos
Lembra-te que o tempo hoje é de aparição
Preparei-te a cama na minha pele algodão
Deixa-te
Deita-te e acorda a descoberta desse novo mesmo amor
Pelos séculos dos séculos perdoa-nos e permite
Esse encontro de dons

És mel e me alimentas de silêncio e omissão
Porque não posso revelar teu nome
Te encanto esta canção

És mel e és meu
Num amor que pelos séculos dos séculos
Se perdeu

Sou tua.
Resgata em mim o que Deus te deu.

martes, 3 de junio de 2008

Canto para uma incerta ausência (continuação)

Canto porque te ausentas
E por esse nó
Que nos tenta desatar
Canto porque pressinto
Que só de ausência e som
Será feito o amor
Que se apresenta

E te absorvo intensa
Intima
Respiração e ar
Não voltes
Se voltas
As palavras fogem do meu canto
E mais cedo ou mais tarde
Eu morro tanto
Que não te levo comigo
Não voltes amigo

Enquanto isso
Eu canto e invento
Um amor feito de estrela
Ambíguo
Tanto sofre quanto brilha
Se esta só e cadente
Não voltes hoje
Nunca mais
E amanha volte
Sempre
De manhãzinha
Com teu sol nascente
Em minha cama
E permite que minha luz
Descanse em tua luz
A sua sombra

E será noite
E sendo noite
Faremos o amor intenso
Dos amantes
Ausentes
Seios na boca
Pele nos dentes
Quem ama e pressente a solidão
Ama demasiadamente

Talitra Rosales

jueves, 29 de mayo de 2008

Canção indesejada

De todos os desejos
Que eu posso
Hoje eu desejo
Não desejar posse

miércoles, 28 de mayo de 2008

Oração cantada pra Sarah Kali

Sarah
Sarah
Vem sarar tua filha
Sara Sarah
Meu coração ilha
Minha alma mar
Sarah
Sarah
Vem sarar tua filha
Minha alma ilha
Vai morrer naufragada
Em mágoa em mar
Sarah
Sarah
Vem salvar tua filha

viernes, 23 de mayo de 2008

Um minuto meu senhor

Um minuto, por favor.

E se eu dissesse
Que esse amor em mim
Permaneceu intacto?

Se eu dissesse senhor
Que em meu sonhos
Desenfreados
És meu único bem
E muito amado
E que à noite vens
Deitar-te comigo
Em meu quarto
E sussurras palavras lindas
E de manhã desejas ainda
Permanecer em meus braços

Amor de minha alma
Se eu te dissesse
Que o nosso Deus
Cuidadosamente tece
Teus passos junto aos meus
Entre tropeços e compassos
És meu canto de hoje e de antes
Porque me deste de dia a melodia
E de noite soubeste amante
Me dar amor e companhia

Por isso volta-te
Escuta-me o canto
Ouve o que não é so pranto
E embriaguez
Escuta essa parte que diz
Que só o amor faz o homem
Feliz

Um minuto, por favor.

Que ouço agora em mim as tuas mãos
Tocando
Recriam gozo e memórias
E a mim
Esta senhora que triste
Vos cobriu de dor

Mas, agora peço-te chorosa,
um minuto meu senhor.

martes, 13 de mayo de 2008

Canção pesada

Mais um dia de trabalho
Muito de mim exigem
Algum dinheiro me pagam
Bastante pra que eu repita:

-Sim eu posso.

E guarde muito bem dentro o:

- Perdão, não posso mais.

Depois que me sugam e me arrasam
Seguem tranqüilos, rumo às suas casas
Filhinhos, mercado, festinha, namoradas
Os esperam e eu desesperada
Tento chegar à aula, mais uma vez,
Estou atrasada, abafada
Depois de trinta minutos comigo engarrafada
Consigo uma vaga no estacionamento
Dessa vaga faculdade paga
Pago pra entender que não sei
E nem vou saber de nada
Que me interesso em saber
- Então tá!
(diz a voz que fala só pra mim)
- Fizeste por merecer!
E eu pergunto
- Acaso fui eu que crucifiquei Jesus?
- Não aumente sua agonia
(a tal voz que fala só pra mim)
E continuo passando o dia
Na extrema melancolia
De ter e perder-se de si e de ser.

martes, 6 de mayo de 2008

Canção de retalhos

Passo meus dias aqui dentro
Distante
Constantemente tecendo
Palavras
Em panos quentes
Abafando sentidos
E sentimentos

Passo meus dias cozendo
Costurando letras
No veludo vivo do meu peito
De nervos e veias
Remendando tantos
Anseios
Ausências prantos

Passo meus dias fazendo
Construindo douradas
Caixas metalizadas
E guardando dentro
Todo um querer
De almas imantadas

Eu quis assim
Manter-te colado
Nesse meu tecido
De palavras e reticências

Me fiz amada
Me fiz intensa

Tão menos densa
(eu me pensava)
E recriada andei inventando
Paixão e permanência
Foi triste a tua estada
E desde a tua ida
Passo meus dias
Em triste penitência

martes, 29 de abril de 2008

Canção de hoje em dia

Não me queira mal
Se for assim
Nem me queira
Se não sabe querer
Ao menos queira saber

Esqueça o que não pode ser

Se não sabe esquecer
Não se aborreça
Reconheça o bem
Que eu quis fazer
Não me diminua

Me deixe lua que sou
Não me amanheça


Não sou mais a mesma
Reconheça
Minha mansuetude
Não desmereça
O que pude fiz
O que não pude quis
Disso eu tenho certeza

Isso é o que tenho
Pra oferecer
Mas se não sabe dar
Não queira receber
Dói ver que fecundas
Um solo
Onde nada há de nascer

Só um cego não vê
E eu sei que seu problema
Não é de vista
É de querer

Ouvir-se é sagrado
E se o pedido
É dado
Eu mereço receber
Plantei
Há de nascer
Numa outra primavera
Rosa
Flor
Sem tantos espinhos
Quimera quem dera
Dar a luz
A quem me dera

martes, 22 de abril de 2008

Canção magoada

Eu tenho um presente pra te dar
Mas, tu és demasiado ausente
E não mereces nem a chuva
Que essa tarde pressente
E o meu ventre fecunda

Passarás desgosto
E não verás o gosto
De flor que nasceu
Em meus lábios

Passarás desgosto
E não verás o sol
Que nasceu no meu ventre
Após a chuva
Que fecundavas ausente

Na tua vida terás
Carnes duras e dentes

Mas, não verás o sol
Que se pôs em meu ventre

É muito cedo e tu já vais
Tua partida é mais despejo
Que vontade
Porque não te quis metade
Não te desejo mais
Nada serás
Alem do que és

Pedra de gelo
Dentro da minha blusa
Me abusa
Pra se derreter

Eu tenho um presente pra te dar
Assim que amanhecer
Sementes de sóis
Em meu ventre
Mas, tua alma pobrezinha
Não sente
O que não pode ver
.

viernes, 18 de abril de 2008

Canção de minhálma

Minha palavra
É toda dolorida
Tenho a alma enervada
De vasos e veias carregada
De sonhos
E de Anseios tantos
Tenho a palavra
Inundada
Sangrando versos
Destoantes
Da vida que levo

Tenho a alma
Elevada
Estrangeirissima
Encarnada
Nesse mundo
Por algum motivo
Deportada
Do outro mundo

Falo noutra língua
Tenho fusos
Tão confusos
Sou má interpretada

Tenho a palavra
Dotada de mágoa
Bendita
Mal dita

Me receito ao universo
Em doses homeopáticas
Sou verso reverso
Nessa vida obscura
Vago iluminada

elle así

teu
ser
de
pedra
de
gelo
dentro
da
minha
blusa
abusa
da
minha
alta
temperatura

lunes, 14 de abril de 2008

Canção não esquecida

Eu sou rio e corro
Como quem precisa voar
Imprecisa mente
Eu quase vôo
E de repente
Preciso chegar
Viva
Nem sei em que lugar
Vou seguindo a força
Porque quero
Me encantar das coisas
Cantar além da margem
Distante do leito
No braço perfeito
Do meu eleito
E Amado delírio
Sigo sempre
Pra teu corpo corrente
De mar e de sal
Extravio no caminho
Sentires, cantares, voares
Arrasto
Peixes, ondas, olhares
És mar
És rio
E vives num fluxo de arrasar
Tudo que em teu caminho
Tenta-te
E tenta em ti ficar
És grave
És ave
Mas, não sabes voar
.

E eu poderia te cantar coisas novas
Mas não consigo ser nada
Que já não tenha sido
E seria até mais feliz
Se soubesse cantar o esquecido.

jueves, 10 de abril de 2008

Canção na cara

E se você não vai com a minha cara
veja bem meu caro e minha cara
com todo o respeito
isso é problema seu que mente...
Que mente essa sua
você não é clarividente
não pode ver como eu sou
além da máscara
e eu não preciso
de mais um cego gostando de mim
tenho meu ego pra fazer companhia

tenho canções
tenho melodias
tenho uma alma antiga

e uma cantiga de mais dia menos dia
eu serei feliz

Tenho tudo dentro de mim
mas nem tudo eu posso mostrar
Entrego 1% dos meus segredos
e vejo você sangrar em desespero

Canção vendida

Fragmentei o verbo
e transformei tudo em verba
não tenho tédio
não fico na merda
desde que tenha crédito
faço a média
intimamente penso em suicídio
e na alegria de viver desisto

será que tenho chance nisto?

de vez em quando fico sozinha
e as vezes sempre fico
assino cheques
saio pra ver o sol do batente
volto passo perfume
escovo os dentes
tenho medo do tenente
que tente pro lado de cá
quebrar a minha corrente

penso lá na frente
quando não adianta mais
parece que sou inocente
mas são defeitos especiais

viernes, 4 de abril de 2008

Canto ultimo - Pedido àquele que não soube me guardar

I.

É justo que tu
Guardes contigo
Dentro da alma
Num canto escondido
A minha lembrança
De agitada calma
(e eu sei que me pensavas perigo)

É justo amigo
Que caminhemos agora
Iguais
Apenas em distância
E que todas as nossas
Futuras lembranças
Se façam de silencio
De silencio e constância
Ignorantes do “se vivêssemos”
Seriam...Talvez
Seriamos vingança.

Mas, ainda assim
Tenho pra mim
Como crença infundada
Que tudo que se guarda
Escondido num canto
De dentro da alma
Permanece encanto
Esquecida calma
Transmutada
Em agitado pranto
(e eu sei que me pensavas dada)

II.

De ti agradava-me
O ávido havido
(Agora olvidado)
Que carrego comigo
Que dançava-me dando
Tremor e gemido
E dizias-me no ouvido
Ais e ais senhora que se passa contigo?
(e eu sei que me sondavas dormindo)



Ais e ais meu senhor
Se passa comigo que ardo
Que arde-me fugidio
Com medo do alarde
Com medo sofrido
De sono insondável
De sonho perdido
Guarda-me que ardo
Guarda-me ambíguo

III.

Ao menos me deves
O que me destes
Flores mortas
Que não florescem
Nem exalam
Perfumes nem cores
Não carecem de água
Não sentem mais dores
Como a impressão
Que a alma
Tem de estar viva
E vivendo calada
Já ter morrido
E esquecida de si
Não ter sido enterrada
A morte não a leva
Sempre recata

Assim esse amor
Tem sido

IIII.

Intacto

Estás gravado
em meus olhares
em todas as dimensões
em todos os lugares
ouço canções
ouço cantares
sem emoções

Estás como que escrito
Nas entrelinhas que cruzam
O meu destino
As minhas mãos
Têm desatinos


IV.

Toca-me
E eu cantarei
A ultima vez
Em teu ouvido
A minha tremida voz
O meu sopro gemido
Há tanto tento te ensinar
a me guardar contigo

Por isso vê-me calar
Por isso e não por aquilo

Antes de ti perder de mim
De ti
Já te encontras perdido
Em cada canto
Das graças mais “artifeitas”
Que te encantas
De tantas e tantas
E não há
Muito pra se encantar
Rejeitas o que em mim
Sabe brilhar
Me deixa-me
Contigo

V.

Existes como uma espécie de rio
Largo cortante corredio
E permanente

Ama-me em tudo
Dá-te completamente
Porque tua lembrança brilha
Como uma estrela cadente


Guarda-me amigo

O tempo que testa
É o resto do abrigo

miércoles, 26 de marzo de 2008

Canção da lua

Enquanto lua
Esse amor
É crescente
Enquanto lua
Muda sempre
Que se sente
Descontente

Cheio
Mingua
E de repente
É novo
Novamente

Enquanto lua
Minha saudade tua
É noturna
E soturnamente
Ilumina a rua
Enquanto minha
Essa lua é só tua

Enquanto lua
Minha dor
É crescente
De tanto esperar
Desespera de repente

...Continua

Canção carrego (rs...)

Se eu to invadindo
O teu espaço
Me diga logo
Porque ontem mesmo
Fiz um despacho
E coloquei seu nome
Pro santo que
Me carrega
Te carregar
Pros meus braços

Canção para um bem de lua

De lua e dança
Faz-se meu canto
Na tua presença
Cansado se cala o verbo
Tudo que não se diz
Se pensa
Em movimento
Tua carne
Recompensa
As horas de sal
Que te demoras
Tateando noutros mares
Outras estórias

Amigo
Se ficas comigo
Tudo em meu canto
Se renova

Quando vens
É o mar
Meu corpo
E a lua enchendo

Te fazes Deus
(Onipresente)
E eu prevendo
O dia do adeus

Novamente
Na dança das horas
Musica do tempo
Que te demoras
Perdendo noutros mares
Nossa história

És lento
E rápido devoras
O fruto de minhas horas
Ainda amadurecendo

Mas, quando voltas
É o sol
Que em toda parte
Esta nascendo
E mesmo sendo
Noite alta
Há um nosso céu
Todo e sempre
Amanhecendo

lunes, 24 de marzo de 2008

Canção descolorida

Teu amor é maduro fruto
E tão imatura
É a tua semente
Que não sentes

Quando calado vens
Colado em tua dura
Existência
Tranqüilo e seguro
De minha
Inconsistência
Descolores o arco
Da minha íris-insistência

És fraco em permanência

Teu corpo de pedra
Quebra as águas doces
Do meu escorregadio
Rio de inocência
Es frio quando corres
De minha flor e descolores
As cores que não colhes
Do meu aquático cio
De amor
E
De desamor
Morres
De ais em ais
Hás de ver as cores
Dessa estação perdida
Que não soubemos cantar

É o sol que em toda parte
Está de partida
E em tua vida
Será sempre
Quente de rachar.

martes, 18 de marzo de 2008

Canção solitária

Nesta solidão caminho
Sem saber onde te espalhas
Se já dormes
Ou até te despedes
Desta que pra mim
possui um nome
impronunciável

Não sei se é errado
alimentar este sentimento,
mas, sei que matá-lo
também o seria

Do futuro sei
que ainda não somos

Do passado sei
que ainda seremos

Chá de beber
nesse cálice de voz
capaz de ser
veneno e veloz
Me matar de vez
e quando o desejo
estiver chegando
enfim
finalmente
me dê amor demais
e demasiadamente
sem fim.

canção de cetim

Não sei o que há
vejo possibilidades
sonhos dentro de mim
quem sabe assim
num belo dia
eu vou chorar de alegria
quando eu souber enfim
que sei de canto
de cada canto
que há em mim
essa canção eu sei
é tão assim não sei
acho que há
um mundo em mim
e que amanhã vai ser
como amanhecer
em lençóis de cetim
com estrelas nos olhos
e amores sem fim

Canção mudada

Eu mudo calada
E muda o mundo também
Sou surda nada.
Não falo com ninguém
Porque bem não sei
Se tô muda
ou se mudei também

miércoles, 12 de marzo de 2008

Canção para um distraído

A saudade eu tô levando

Nem retrato eu vou deixar

Sigo meu rumo cantando

E nas noites de cio

Vou te matar

Por dentro e sigo

Com o sentimento

Ressentido

Vou indo

Divagando e sempre

No meu céu como estrela

És cadente

Vais sozinho

Impunemente


Que o pouquinho de mim

Que mereceste

Está morto

Eternamente

martes, 11 de marzo de 2008

Canção gosto escravo

Talvez o cravo tenha nele guardado
O teu cheiro o teu gosto entravo
Talvez o cravo tenha nele guardado
O teu perfume e só com isto
Me fizeste escravo
De teus costumes
De teus conchavos

E talvez o cravo não tenha
Nada com teu cheiro
Teus desvelos desagrados

Talvez não seja teu gosto amargo
Como o doce travo de um cravo
E eu te queira assemelhar
Pra gozar de teu amparo

Ou talvez eu não tenha
Verdade inventada
Nunca te experimentado
E apenas de ti desentendo
E por isso te comparo

E talvez também
Tampouco saiba o cravo
O gosto que tua boca tem
E eu penso amado
Que ele tem por isso
Mais sossego
E nenhum compromisso


E talvez eu não saiba
Nem daquilo
Nem disso
E esse gosto de que falo
seja um desgosto inventado

lunes, 10 de marzo de 2008

Canção do resto

E o resto o que fizeste?
-O que quis.
E o resto?
-Nada fiz.

Na minha sala
Cadeiras vazias
Sentadas
De pé só a porta
Fechada
Pensa na mulher
Amada
E nos seus quartos
De janelas
Arreganhadas

E o resto do que quis?
-Fiz um verso

E um barco de papel
Amarelado
Passei anos
Navegando um céu
Desestrelado
Encontrei perdido
Um véu
Um vestido branco
Amarelado
E um amor esquecido
Entre a madeira e o vidro
De um porta retrato
Rachado ao meio

Partidos
Mil pedaços divididos
Ao meio de mil pedaços
Divididos

Alheios
Cada pedaço
É um universo inteiro

Canção desrimada

Ultimamente trabalho tanto
Que não tenho tempo
Pra ouvir o canto
dos meus pensamentos

Ultimamente minhas noites
Têm sido dias de sol intenso

E no meu sonho choro teu riso
Teu ser de pedra bruta
Desdenha do meu corpo
Liquido

Mas é lindo
Estar crescendo
Sendo lapidada
É tempo de ensinamento
Pedra bruta não ladra
Água parada não conhece o vento
Saber do mundo
Sem sofrimento
É nada

Eu tenho sofrido
E tenho aprendido
Chorar sem descontento
Esperar com poesia
Ter paciência com o vento
Quando para traz a chuva
Quando dança é movimento
No mar
Da Ásia
No moinho
Dos teus sentimentos

Não tens futuro no meu canto
(...)

Aliás
No meu canto tens futuro
Como construtor de muros

miércoles, 5 de marzo de 2008

Canção íntima

Se eu cansar de ser mulher,
Volto a ser estrela.
Se eu cansar de ser estrela,
Seja o que Deus quiser.

martes, 4 de marzo de 2008

Canto para uma incerta ausência

De silencio e sal
Se faz meu canto
Quando tu viajas

Na tua ausência
Até o presente
Se ausenta
Em minha casa
Deus emudecido
Se apresenta
Sem palavras
Nos meus sonhos
Mal dormidos
És por vezes traído
Mas, acordada sou tua
E me sei apenas nisso

Olho a cama desfeita
Deus emudecido
Se deita comigo
Volta a cantar distraído
Pela minha deixa
Heresias tem meu canto
Acalanto das almas
Doídas pela ausência
De seus amantes
Distraídos
Meu senhor
Se tu voas
Eu fico sem asas
Sem sentido
Sinto falta
Do meu gemido
Na tua sala
No teu ouvido

Meu canto emudecido
Enlouquece
Confundido
És homem e me pareces
Ser um Deus onipresente
Que prece me consome
O corpo a mente
Mesmo ausente
Estás comigo
Sempre

lunes, 25 de febrero de 2008

Canção do Coraçao

De veludo vermelho e nobre
Revesti meu coração
Que era simples e pobre
Órgão velado vivo
Mais calado que ouvido
Colado em meu corpo
Batia e não se ouvia
Seu som disritmia
Era canção só minha

E eu que me sabia
Carne de água viva
Queimava ardia
Coração de brasa

Eu não ouvia
O que calava
E me dava à vida
Confundida comigo
Sempre levada
A ser o que não era

Perdão se não me explico!
É que não se explica
A primavera
Se hoje digo o que sinto
É porque muito senti
O tempo perdido
Do velado vivo
Emudecido
Olvidado
Canto do meu coração

Tomem este
Incêndio descontido
Ouçam sem ouvidos
E não me queiram
Mal por isso.

sábado, 23 de febrero de 2008

Canção doída

Não distribuas por aí estes beijos
Eles são meus por direito
Não te livres não me libertes

Não nos deixe assim
Mas, se é o que queres.
Eu aceito
Te espalho
Me espalhando
Em outros leitos
Distribuo por aí
Os espaços
Dos braços
Que são teus
Não vou fazer nada pra te ferir
Mas há de fluir naturalmente
Não te desiludas nesta canção
Que é mais um desabafo
Assino a carta de alforria
E sigamos um pra cada lado
E quem diria amor “desalmado”
Nesse mundo tão pequeno
Eu acho que nos perdemos


(...)
Continua...

Canção "Cumi"

Eu me perco
E me acho
Bem distante
Do ultimo lugar
Onde me vi
As pessoas que me perderam
Nao me acham o bastante
E me ficam
Procurando
No mesmo lugar
Onde estive antes
Buscando
O que já nao está
Num lugar comum

viernes, 22 de febrero de 2008

Canção reincidente

A ausência,
É só falta.
De coincidência.

Canção sem noção

Sorrir ao meio dia
é muito esforço pra mim
esses dias tão secos de calor
(meio loucos)
é lua cheia
(pense um pouco)
sinto frio mais pra cima
sinto calor mais pra baixo
penso em viajar vários dias
penso em me abandonar
na porta da igreja
ou de uma danceteria
logo desisto
pensei demais
se fosse pra ser seria
se amanhã tiver futuro
(?)
que ele venha
sem eu esperar
e que ele não espere
que eu vá
porque ultimamente
ando intranqüila
e pairo agitadamente.

Canção e tal

O que faço com essa saudade?
Que eu sinto de ti?
O que eu vou fazer meu Deus?
Pra esquecer esses olhos teus?
E deixar-me ver por outros poros.
Teu cheiro imploro!
Quero esquecer.

O que fazer? Se cada vez que te mato,
Sinto-te renascer mais bicho do mato.

E mesmo sem querer acredito
Que é sorte te querer e ter-te tido
Assim sem norte
Navegando o tempo
De sentir tal sentimento
Que se o futuro não veio hoje
Certamente pensa em vir
Enquanto não, não cabe aqui.
Nessa canção
A saudade
Que sinto
De ti sentir

Quase canção

Eu quis amar-te, isto é segredo,
Que só de ti soube se guardar.

Canção para um sem canto

Me diga por qual porta você volta?
Diga, eu quero trancá-la.

Por qual janela você retorna ?
Diga, eu vou fechá-la.

Eu te deixo lá fora no vazio
E quando olho
Ó você aqui de volta
Dentre as águas do meu rio
Olhos
Pele
Boca
Nariz
Me diz, como pulas o muro que eu te fiz?

Te apanho
Te jogo no frio
Você volta
Eu te aceito
Noite é cio
Amanheço
E recomeço
Teu exílio

Você me atrapalha
Me encalha
E não sofre com isso

Entra onde não havia porta
Escapa feito gás
Me diga por onde você sai?
Me diga por onde você volta?

Dentre as águas do meu cio
Teu rio de correnteza mórbida
Vazio de ti entorna-me
Deita-te e em mim transborda
Essa paixão feita de sonho
Que jáz e não está morta

martes, 19 de febrero de 2008

Canção do mar e do amar

Amor o mar esta enchendo
D’água que nele já é movimento
amor vim me dar e te encontrei
chovendo
deixe estar
deixe a flor brotar do cimento
quebrar o duro muro dos teus
sentimentos

amor te amar esta sendo
arrebatador
subo ares, arcos incolores
venço os mares e as dores
pra chegar a teu corpo
tropeço
despeço
despenco e não chego
a te alcançar um gesto
e eu quero teu peito
teu braço
teu leito
e todo o resto

antes tarde do que cedo amanheço
e eu gosto da noite pra acender velas
iluminar teus, teus moinhos
de pensamento

Pensa, mas, pensa bem amor
Não quero dor de desapego
Quero chamego festa sons
Bons ventos me trazem
Movimentos que fazem
Fazer bem
chega logo e colhe esta flor
de desassossego.

jueves, 14 de febrero de 2008

Canção da palavra

O amor a palavra escrita
Me excita, me salva
Não me excede
Nem me falta
Amor a palavra dita
Cala
Que dentro em mim tudo grita
Mas isto também é fala
Ah o amor a palavra não dita
É a navalha da língua que me escapa
Ate a ponta dos dedos e se pinta
Num grande amor que ainda me falta
Porque me falha o amor na hora dita
E quem eu amo só acredita
No amor que da garganta salta
E meu amor é palavra escrita
O meu amor bem dito sem
Fala

É bendita palavra que nunca se
Acalma

miércoles, 13 de febrero de 2008

Canção conhecida

As coisas não são
como cantam os poetas
Não as coisas não são
Não há nada de bonito em ser triste
E nem é boa a solidão
Os poetas não sentem o que dizem
E se sentem não sabem não
Como é ruim ser triste
Como dói a solidão
O tempo passa, mas, é como se não
O mundo continua...
E a gente continua sozinho
Como é belo o pranto dos poetas
Como cantam seus passarinhos
Mas a minha dor é humana
Vaidosa e possessa
Poderosa dose de ilusão
E não há nada de lindo
Em chorar sozinha
Dormindo e acordando
Sonhando como seria
A rosa se não tivesse espinho
E se não fosse cheirosa

Canção tonta

Perdi as contas
Tantas vezes quanta
Tentei fazê-las
Fiquei tonta
E só mesmo entontecida
Consegui fazer-te
Amor em minha vida
Com fogo e sem afeto
Foste honesto
Não te quero mal
O que eu te dei
Paixão
Foi mortal
Jasmim de sangue
Desacato amoral
Teus maus costumes
Fizeste-me mal
Perdi-me nas contas
Da guia de tua santa
E perdida me achava
Amando-te
Mas, amar não é esta pena
Que me dá quando não estás
Isto é apenas desejo
E desejo hás de convir
Não sobrevive sem beijo
Sem mover-se de mim
E é talvez por isso
Que perdi as contas
Tantas vezes quanta as fiz

martes, 12 de febrero de 2008

Canção triste

Triste por dentro
Com a falta de cuidado
Com esse sentimento
Recém semeado
Aqui por dentro
Triste um bocado
Desgostosa olho em volta
E de nada me agrado
Me esforço solto um riso
Só eu sei o que tenho sofrido
Por esse senhor desalmado
Talvez ele não tenha notado
O quanto me é necessário
Ver o seu sorriso
Talvez tenha esquecido
Do quanto é preciso
Cuidar do sentimento
Recém semeado
Aqui por dentro

Só não te digo tudo isso
Porque sinto
Que não darás o valor devido
Estou triste
E estar triste é preciso
Eu tenho sentido
A falta tua
Meu senhor desalmado
Que comigo
Não tem tido cuidado

lunes, 11 de febrero de 2008

Canção ferida

Só resta o ciúme e o desdém
Ninguém é de ninguém
E eu nem me toquei disso
Será que o pra sempre existe?
E dura quantos ciclos?
A vida deu uma volta,
E nós não estamos mais no mesmo lugar.
Sim, eu sonhei muita coisa.
Sem limites eu sonhei com alegrias eternas.
Que não fosse fácil, mas, que nos desse força.
E de repente.
Só resta a dor.
E nada mais faz sentido.
Onde estava o amor enquanto eu chorava?
Onde estavas?
Tudo acabou e agora só nos resta,
Viver.
Que todo sofrimento nessa vida é bem vindo.
E que Deus cuide em cuidar,
Dos nossos futuros dissabores.
Aumente as flores.
E disfarce os espinhos.

Canção disfarçada

Hoje não te vi.
E não tive vontade de viver.
Cai madura de florir.
Morri cansada de sofrer.

Cançao da Aurora

(...)

Hoje é Feriado,
No meu vestido,
Cor de céu nublado.
Na boca carmim vivo,
E são tantos os anéis,
Dos meus dedos coloridos.

Aprendi a andar sozinha.
E estar sempre comigo.
Esquecida de ser isso ou aquilo,
Sou uma criatura só minha,
E isso foi depois que descobri,
Que nunca anoitece na rua da aurora,
Mas, isso é outra história.
Eu falava do feriado
No meu vestido lilás e cor de rosa.
Cana, caju e coisas gostosas...
Amigos que vem e vão,
Nas horas que o amor vem não,
Essa tua demora de ser,
Mas, na Rua da Aurora,
O dia não para de nascer.

jueves, 7 de febrero de 2008

Cançao destrambelhada

Saudade descontrolada
De mim me desamarra
E me prende nele
Ele que não posso dizer o nome
Tento reverter a situação
Digo ao pensamento
-Pense não!
Mas, que impossível é esquecer-te
Tanto beijo
Tanto anseio
Tanta luz
-Ave cruz! diz uma amiga minha
Mas, só eu sei.
Que pra te ganhar me dei
E agora já não sei
Como voltar.

Canção de sangue

Sangrei
E de teu sangue enchi-me por dentro
mas, não demonstrei sentimento
minha dor minha tristeza
guardei no sepulcro
quase estrelar
de minhas palavras no papel
e vi passar em mim
uma vez por ultima
teu ser de sol
de pedra bruta
iluminada
e nem teu brilho nem nada
fizeram-me desistir
da intenção de aqui dentro
te matar.

Jaz!
Descansa em paz!
que aqui dentro já estás morto
teu sangue ao meu se misturou
e assim ficamos pra sempre
unidos pelo charco sepultado
em minhas mãos
“descanse em paz”
escrevi em tua lápide
matei-te sem desespero
sem alarde
sangrei e sangraste
dormente demente
Jaz!
acabou a espera
Jaz!
já vais tarde

viernes, 1 de febrero de 2008

Desencanção I

Se eu for
se tu fores
resguardemos em algum canto
esse amor de rancores.
guardemos dentro da alma apenas
o desejo que nos trouxe pra dentro
de algum canto de nossas almas
e de teu apartamento
se eu for
se tu fores
não escrevas data nem se dê conta
pendura tudo no papel branco
tudo que não foi dito
tudo que não foi pedido
tudo que foi muito sentido
mas, perdido jaz no infinito
do jamais acontecido

livra-te de ter-me viva
eu nasci pra ser lembrança
deita-me em uma pagina branca
e só assim me queiras rever
só assim através de tuas letras
tão mal feitas
só assim me queiras bem
e serei eternamente
tua amada mulher resistente
neste universo de mágoa
e de estrelas
desse amor cadente.

martes, 29 de enero de 2008

Cançao desoriente

Eu quis amar-te
E coloquei-te acima das outras criaturas.
Meu engano. Só assim foste meu.
Só no meu querer-te te tive.
E não chego a esquecer teu beijo, teu cheiro, tua carne dura.
Tremo, é muito o meu desejo, meu erro, mata-me,
E só por querer não te vejo, só vens quando queres.
E eu só quero que me queiras. E por isso ardo
E ferve toda minha água no teu jeito.

Eu quis te dar minha estrela
E te ofereci tão generosa,
Uma parte do meu céu
E quando escurece se ilumina
a outra parte da tua china
desse amor desoriente.

Desencanção

Em tudo há duvida e eu descontento.
De incerteza quedo e arrebento,
São tantos meus sentidos,
São tantos sentimentos,
Em tudo sinto parado o tempo.
As travas do destino que chega lento.
Peço que passe essa dureza,
Dos corações que não são meus.
Antes que endureça eu.

Não saberei viver sem esperança,
Que amanha existe algum lugar,
Menos denso onde eu possa cantar,
O que sou de mais intenso.
De divina, de festejo, penso que essa “concretude”,
De desejos não pode perdurar em meu caminho.
Meu coração ninho de pássaro solto,
de criança rindo, estradas que eu não fui
e continuam indo.

Cançao desenredo

Presto atenção nos sinais,
de quem não quer mais sedução.
são menos que palavras,
e não chegam a ser silêncio.
é tenso, não olha no sentido dos meus olhos.
foge que teu descaso não compensa,
resta-me saber voltar de onde não fui
sem desespero, mas, matar um sonho é sempre ruim
mas ainda não tinha sido tanto assim
o fim é sempre triste, mas, chega em tempo
de fazer alguém feliz
e se não fui eu
ofereço esse sangue a Deus
e quero para os teus
todo o bem que não fizeste
nem a mim nem a ninguém
e que por findado se dê esse desenredo
segredo que todo mundo ouviu.
Silencio!
vem vindo um choro teu.

viernes, 25 de enero de 2008

Canção do caminho

Onde chegaremos?
Porque querem saber?

Viver é caminhar.
Chegar é morrer.

Canção da vontade

A verdade da árvore é verde.
A verdade da menina é vontade,
e arde sem medo.
A vontade do verde é água.
e a verdade da água é segredo.

jueves, 24 de enero de 2008

Clara canção

Escrever pra conseguir viver.
Escrever para seguir sem de si se perder.
Escrever pra não morrer comigo,
Isto que é pleno viver.
Só escrevendo consigo comigo não ser,
Só umbigo,
E sou pra quem não me saberá ler.
Além do que falo, grito.

Sou o que acredito ser
e se não me reconheces
não me conquistas
não me vês e ficas bem.
Escrevo porque posso,
E tenho palavras em meu poder.

Escrevendo posso ler o que faço,
Antes mesmo de fazer.
E por onde traço esse traço,
Deixo um pedaço de minha alma aparecer.

Cançao do fogo II

Eu quero inteiro teu leito,
Direito, esquerdo de lado alado e ao avesso.
Eu preciso guardar meu impreciso em cada canto do teu peito.
Deixa cair em tempo meu céu de estrelas desfeito,
(Parte do Universo nasceu desse jeito).
Meu templo de amor.
Silêncio, camisola, incenso.
Sem hora, sem mora, sem demora.
Mãos vão-se. Anéis não.
O tempo desespera quem espera,
E desfaz do amor a intenção.
E se não me engano, não te engano.
Eu quero amor e tem que ser o teu
Me dá teu chão, tua dança, teu receio.
Escorpião me envenene bem pra sempre
Que morrendo chego a ter-te eternamente.

Em suma, és suco estrelado de minha luta,
Fruta, pão, açúcar.
Eu quero amar-te e este é meu modelo de céu,
(A parte sagrada do rasgado véu),
Meu coração, templo aberto.
O tempo todo sangrando mel.

Cançao dos mundos

Fumo de vez em quando sumo
Aprendo a caminhar no rumo
Enquanto durmo sem chão
Bebo de vez em quando mudo
Apreendo a imprecisão do mundo
Enquanto mudo de estação
Espero que o dia passe e leve a sombra
Daquela nuvem pra longe do meu verão
E que o quanto antes chegue tarde a noite
E revele o segredo da minha intenção
sem medo e por favor sem previsão.

Cançao do fogo I

Se acaso todo o fogo dos olhos meus,
Não fossem suficientes pra te acender.
Eu deitaria em teu beijo,
O gosto fogo do beijo meu.

E me chamaria chama.
E te chamarias breu.

Ah! se todo o fogo dos olhos meus,
não fossem suficientes pra “te desistir”do adeus
Eu deitaria minha carne água
Em tua carne de pedra
E me chamaria Mágoa
Onde me chamava trégua.

miércoles, 9 de enero de 2008

Paz não é passividade

Que paz contente é esta.
Inquieta mulher,
Que tenta ser poeta.
E de alma pacifica
se eleva a alma desperta.

Aí é que está

Sozinha,
Ensino minha fala a calar,
Caminhando sozinha.
Ensinando minha alma a falar.
A única sombra que resta,
É a minha.

E o sol também pensa,
Que a tudo ilumina,
Mas eu vejo que é só por cima.

E que luz ilumina o mar ?
A tua, a minha.

A minha luz pensa,
Como farol a se guiar.
Em mim me faço sol,
e em ti te faço luar.

Aí é que está.

viernes, 4 de enero de 2008

Retrato

Ainda que sinta nas narinas o invisível ar não sei exatamente o que em mim se encerra a cada respiro. Mas sinto que morro nesse constante movimento.

Meu corpo de animal perfeito é e esta aí prazeroso deleite de alguns poucos eleitos.
Me sinto bem, mais pela minha condição de ser e não me saber frágil do que pela minha capacidade inventiva de ser forte.

Em verdade sou solitária e colada a meu corpo animo a vida. Esse estado de espírito obscuro e limitado que muito me custa compreender.

Me sei azul mas, azul é muito calmo e ser calmo é como estar morto e acordado. Prefiro estar sempre escapando, me pinto vermelho, sangue de todas as cores e vou vivendo meus dias e minhas dores me sendo apenas na noite.

Quase uma agonia!

Um copo de mel deitado ao mar. Nem não sou doce. Nem não sou mar.
Um corpo nascido de outro corpo que a outro corpo se entrega (o teu já se deduz).
Um ser de carne e luz em pele de água viva. Toca-me! É preciso saber da água porque nela o fogo se reduz.