martes, 25 de septiembre de 2007

des-eu

Está (in) quieta
parece saber voar...
Mesmo estando fraca
não pode e não vai se entregar.
Na verdade ela não é ela mesma
Afinal o que se é?
Quando não se sabe que é?
Não consegue ouvir vozes
e tampouco ter sonhos estranhos
ela precisa falar sobre isso
mas, lhe falta ouvido,
pra quê ouvido?
melhor olvidar tudo isso...
Nem sabe se escrever é certo
Mas, sente que lhe faz um bem
incerto.
Pensa que pensar é coisa à toa
Mas, teme ao fazê-lo.
Não quer ou quer,
mas, não pode ser descoberta.

Sentir frio quando canta
é como sentir calor quando chora...
Pior é não sentir nada.
Ter filhos faz parte da vida
e não tê-los também faz...
Depende de como se faz pra viajar

Mas no fundo,
no fundo...
A verdade existe
só pra emergir
aqueles barcos que você
naufragava...

E por fim
existir pode ser fácil
se você fizer sem que ninguém saiba
e souber parar na hora certa.

desamor

Não distribuas por aí estes beijos
Eles são meus por direito
Não te livres não me libertes
Não nos deixe assim
(...)
Mas, se é o que queres
Eu aceito
Eu te espalho
me espalhando
em outros leitos
distribuo por aí
os espaços
dos braços
que são teus
(...)
Não vou fazer nada pra te ferir
Mas há de fluir naturalmente
(...)
Não te desiludas nesta poesia
Que é mais um desabafo
Assino a carta de alforria
e sigamos um pra cada lado
e nesse mundo tão pequeno
quem diria? amor desalmado
eu acho que nos perdemos
(...)
Mas em mim reza
sempre o desejo
desamor moreno
tu te espalhas em mim
e eu sou teu sol e sereno

despaixões

Estou sentindo
e sinto muito
Estou mentindo
e minto muito
a falta do que sinto
fingindo
forjando
fugindo
indo
pra longe de mim
pedindo
perdendo
o sentido
do sentimento ruim
cão raivoso
mordendo
no osso
carne de pescoço
gosto de sangue
nervo nervoso
estou vivendo
o alvoroço
de uma paixão
sem paz
sem pão
sem mais
nem chão
sem barco
sem cais
nem sim
nem não
despaixão