Talvez o cravo tenha nele guardado
O teu cheiro o teu gosto entravo
Talvez o cravo tenha nele guardado
O teu perfume e só com isto
Me fizeste escravo
De teus costumes
De teus conchavos
E talvez o cravo não tenha
Nada com teu cheiro
Teus desvelos desagrados
Talvez não seja teu gosto amargo
Como o doce travo de um cravo
E eu te queira assemelhar
Pra gozar de teu amparo
Ou talvez eu não tenha
Verdade inventada
Nunca te experimentado
E apenas de ti desentendo
E por isso te comparo
E talvez também
Tampouco saiba o cravo
O gosto que tua boca tem
E eu penso amado
Que ele tem por isso
Mais sossego
E nenhum compromisso
E talvez eu não saiba
Nem daquilo
Nem disso
E esse gosto de que falo
seja um desgosto inventado