miércoles, 12 de marzo de 2008

Canção para um distraído

A saudade eu tô levando

Nem retrato eu vou deixar

Sigo meu rumo cantando

E nas noites de cio

Vou te matar

Por dentro e sigo

Com o sentimento

Ressentido

Vou indo

Divagando e sempre

No meu céu como estrela

És cadente

Vais sozinho

Impunemente


Que o pouquinho de mim

Que mereceste

Está morto

Eternamente

martes, 11 de marzo de 2008

Canção gosto escravo

Talvez o cravo tenha nele guardado
O teu cheiro o teu gosto entravo
Talvez o cravo tenha nele guardado
O teu perfume e só com isto
Me fizeste escravo
De teus costumes
De teus conchavos

E talvez o cravo não tenha
Nada com teu cheiro
Teus desvelos desagrados

Talvez não seja teu gosto amargo
Como o doce travo de um cravo
E eu te queira assemelhar
Pra gozar de teu amparo

Ou talvez eu não tenha
Verdade inventada
Nunca te experimentado
E apenas de ti desentendo
E por isso te comparo

E talvez também
Tampouco saiba o cravo
O gosto que tua boca tem
E eu penso amado
Que ele tem por isso
Mais sossego
E nenhum compromisso


E talvez eu não saiba
Nem daquilo
Nem disso
E esse gosto de que falo
seja um desgosto inventado

lunes, 10 de marzo de 2008

Canção do resto

E o resto o que fizeste?
-O que quis.
E o resto?
-Nada fiz.

Na minha sala
Cadeiras vazias
Sentadas
De pé só a porta
Fechada
Pensa na mulher
Amada
E nos seus quartos
De janelas
Arreganhadas

E o resto do que quis?
-Fiz um verso

E um barco de papel
Amarelado
Passei anos
Navegando um céu
Desestrelado
Encontrei perdido
Um véu
Um vestido branco
Amarelado
E um amor esquecido
Entre a madeira e o vidro
De um porta retrato
Rachado ao meio

Partidos
Mil pedaços divididos
Ao meio de mil pedaços
Divididos

Alheios
Cada pedaço
É um universo inteiro

Canção desrimada

Ultimamente trabalho tanto
Que não tenho tempo
Pra ouvir o canto
dos meus pensamentos

Ultimamente minhas noites
Têm sido dias de sol intenso

E no meu sonho choro teu riso
Teu ser de pedra bruta
Desdenha do meu corpo
Liquido

Mas é lindo
Estar crescendo
Sendo lapidada
É tempo de ensinamento
Pedra bruta não ladra
Água parada não conhece o vento
Saber do mundo
Sem sofrimento
É nada

Eu tenho sofrido
E tenho aprendido
Chorar sem descontento
Esperar com poesia
Ter paciência com o vento
Quando para traz a chuva
Quando dança é movimento
No mar
Da Ásia
No moinho
Dos teus sentimentos

Não tens futuro no meu canto
(...)

Aliás
No meu canto tens futuro
Como construtor de muros