viernes, 25 de enero de 2008

Canção do caminho

Onde chegaremos?
Porque querem saber?

Viver é caminhar.
Chegar é morrer.

Canção da vontade

A verdade da árvore é verde.
A verdade da menina é vontade,
e arde sem medo.
A vontade do verde é água.
e a verdade da água é segredo.

jueves, 24 de enero de 2008

Clara canção

Escrever pra conseguir viver.
Escrever para seguir sem de si se perder.
Escrever pra não morrer comigo,
Isto que é pleno viver.
Só escrevendo consigo comigo não ser,
Só umbigo,
E sou pra quem não me saberá ler.
Além do que falo, grito.

Sou o que acredito ser
e se não me reconheces
não me conquistas
não me vês e ficas bem.
Escrevo porque posso,
E tenho palavras em meu poder.

Escrevendo posso ler o que faço,
Antes mesmo de fazer.
E por onde traço esse traço,
Deixo um pedaço de minha alma aparecer.

Cançao do fogo II

Eu quero inteiro teu leito,
Direito, esquerdo de lado alado e ao avesso.
Eu preciso guardar meu impreciso em cada canto do teu peito.
Deixa cair em tempo meu céu de estrelas desfeito,
(Parte do Universo nasceu desse jeito).
Meu templo de amor.
Silêncio, camisola, incenso.
Sem hora, sem mora, sem demora.
Mãos vão-se. Anéis não.
O tempo desespera quem espera,
E desfaz do amor a intenção.
E se não me engano, não te engano.
Eu quero amor e tem que ser o teu
Me dá teu chão, tua dança, teu receio.
Escorpião me envenene bem pra sempre
Que morrendo chego a ter-te eternamente.

Em suma, és suco estrelado de minha luta,
Fruta, pão, açúcar.
Eu quero amar-te e este é meu modelo de céu,
(A parte sagrada do rasgado véu),
Meu coração, templo aberto.
O tempo todo sangrando mel.

Cançao dos mundos

Fumo de vez em quando sumo
Aprendo a caminhar no rumo
Enquanto durmo sem chão
Bebo de vez em quando mudo
Apreendo a imprecisão do mundo
Enquanto mudo de estação
Espero que o dia passe e leve a sombra
Daquela nuvem pra longe do meu verão
E que o quanto antes chegue tarde a noite
E revele o segredo da minha intenção
sem medo e por favor sem previsão.

Cançao do fogo I

Se acaso todo o fogo dos olhos meus,
Não fossem suficientes pra te acender.
Eu deitaria em teu beijo,
O gosto fogo do beijo meu.

E me chamaria chama.
E te chamarias breu.

Ah! se todo o fogo dos olhos meus,
não fossem suficientes pra “te desistir”do adeus
Eu deitaria minha carne água
Em tua carne de pedra
E me chamaria Mágoa
Onde me chamava trégua.