viernes, 18 de abril de 2008

Canção de minhálma

Minha palavra
É toda dolorida
Tenho a alma enervada
De vasos e veias carregada
De sonhos
E de Anseios tantos
Tenho a palavra
Inundada
Sangrando versos
Destoantes
Da vida que levo

Tenho a alma
Elevada
Estrangeirissima
Encarnada
Nesse mundo
Por algum motivo
Deportada
Do outro mundo

Falo noutra língua
Tenho fusos
Tão confusos
Sou má interpretada

Tenho a palavra
Dotada de mágoa
Bendita
Mal dita

Me receito ao universo
Em doses homeopáticas
Sou verso reverso
Nessa vida obscura
Vago iluminada

1 comentario:

Eunice Boreal dijo...

Que obra de arte esplêndida, minha irmã!!!
puts!!! você é lítrica demais neguinha!!!


um beijo


Um Beijo
que tivesse um blue.
Isto é
imitasse feliz a delicadeza, a sua,
assim como um tropeço
que mergulha surdamente
no reino expresso
do prazer.
Espio sem um ai
as evoluções do teu confronto
à minha sombra
desde a escolha
debruçada no menu;
um peixe grelhado
um namorado
uma água
sem gás
de decolagem:
leitor embevecido
talvez ensurdecido
"ao sucesso"
diria meu censor
"à escuta"
diria meu amor


Ana Cristina César